A desigualdade de gênero ainda é um dos grandes desafios no mercado de trabalho. No entanto, não somente a participação feminina é crescente, como também a presença de mulheres que lideram. Esta mudança de cenário, no qual os homens percebam o potencial de liderança das mulheres abrindo possibilidades, assim como, das próprias mulheres assumirem essa responsabilidade para que um modelo mais inclusivo seja implementado.

Eu, particularmente, cheguei a um cargo de  liderança por ser ambiciosa e acreditar que poderia exercer a mesma função com igual e, talvez, melhor competência. Para isso, me preparei, estudei, aprendi, pratiquei, errei, arrisquei de novo. E faço isso todos os dias ao acordar, não só na minha vida profissional como pessoal.

Você também pensa assim?

De acordo com Cristiana Xavier de Brito, executiva de relações institucionais e sustentabilidade da BASF, as mulheres em cargos de liderança têm três coisas em comum: coragem, autenticidade e visão holística da sociedade. “Como diretora de uma multinacional, integro um grupo pequeno de mulheres que representa 13,6% do quadro executivo das 500 maiores empresas do país. O que as mulheres, os homens, a sociedade e o mercado precisam constatar é que o avanço das mulheres no sentido de cargos mais elevados é vantajoso para todos”, afirmou Cristiana em entrevista ao Meio e Mensagem.

Pelo exemplo: mulheres que lideram colocam a mão na massa

As características acima são importantes para a elaboração de estratégias, pois desafia o status quo. No meu dia a dia aqui na Tutto, desenvolvo planejamentos de ações pontuais ou campanhas sazonais com visão de longo prazo, considerando futuros desdobramentos. Ao mesmo tempo, em um mundo tão conectado e com tanta sede por inovação, acredito que fazer o “arroz com feijão” é, também, fazer o novo. As pessoas ‘esqueceram’ ou se perderam/ desvincularam do que é o “padrão”/ básico/ necessário.

Outra característica feminina que podemos destacar é a facilidade de estabelecer relacionamentos, conexões reais e emocionais que contribuem para o engajamento e  envolvimento das pessoas. Hoje, já existem muitas mulheres em altos cargos, e na minha opinião, seu papel agora é, também, inspirar outras a lutarem por seu espaço.

Liderar pelo exemplo

Liderar é inspirar para fazer a diferença. Na verdade, isso é o mais importante, inspirar aqueles ao seu redor, independente do gênero. Homens e mulheres, pois o mercado de trabalho é desafiador para todos. A igualdade quantitativa será alcançada uma vez que respeitarmos que as pessoas são diferentes e que todos nós, no trabalho, somos apenas parte de um todo.

Mulheres que lideram marcas

Aproveitando o tema de hoje, compartilho abaixo um vídeo de 2018 e que exemplifica bem o papel de liderança das mulheres.  Neste caso, com foco mais direcionado ao universo das grandes marcas. Considero bem importante mostrar isso na prática, como mulheres fortes podem sim liderar marcas e que suas decisões estratégicas impactam a vida das pessoas. Vídeo também foi produzido pelo Meio e Mensagem. Espero que goste 😉

E no mundo marketing e comunicação?

12%!

Sim, as mulheres ocupam apenas 12% dos cargos de diretoria de marketing em grandes empresas multinacionais ou nacionais, dentro do território nacional. Se compararmos com cargos de CEOS de empresas, fica ainda pior: as mulheres ocupam 13,6% dos cargos de CEO segundo Pesquisa Mulher 2018. Dados das pesquisas Ampro e ABA.

Voltando ao marketing, a porcentagem de 12% foi divulgada pelas empreendedoras Tatyane Luncah e Andréia Roma, autoras do livro “Mulheres do Marketing”, lançado no final de 2018 pela  Editora Leader. A obra conta com depoimentos de 39 mulheres líderes em áreas de marketing de grandes marcas, como Avon, Disney Brasil, Marisa e Visa.

“Existem muitas mulheres que fazem faculdade de marketing. Em uma sala de aula, por exemplo, 60% são mulheres. No mercado de trabalho, entre supervisoras, analistas e coordenadoras, o número de mulheres chega a 70% em um departamento de uma empresa. Já em cargos de diretoria, são apenas 12% que conseguem alcançar”, constata Tatyane em entrevista ao Meio e Mensagem.

Como mulheres líderes podem agregar valor às marcas?

Respondendo ao título do post, vejo da seguinte maneira: as marcas precisam abandonar de uma vez por todas qualquer resquício de um passado machista e sexista, seja em seu discurso institucional, em campanhas online, peças gráficas, e, inclusive, na formação de equipes em qualquer área ou departamento.. Existe um bom motivo para isso: o mercado atual é muito competitivo, as pessoas são mais exigentes e não aceitam marcas que insistem no erro, em um tipo de discurso antiquado. Inclusive, já até publicamos aqui no blog um texto sobre o tema:

Leia: posicionamento reafirmado ou revisto: a reputação da marca em jogo?

Quando há mulheres liderando marcas, em diretorias de marketing de empresas e/ou à frente de agências de publicidade e branding, a tendência é que cheguemos a um formato mais inclusivo e definitivo na comunicação. Seja pelo exemplo ou imposição, as mulheres em cargos de liderança “exigem” que suas marcas/clientes não cometam erros como no passado, que proponham e defendam o empoderamento e direto das mulheres em um mundo cada vez mais interligado.

Com isso, na minha visão, o empoderamento feminino é resultado da conscientização sobre a equidade de gênero (tema para abordarmos um outro post aqui no blog). Por isso, no meu dia a dia, incentivo trabalharmos juntos, homens e mulheres, em planejamentos, estratégia e criações que geram mais valor para as pessoas e empresas. Com mulheres na liderança é mais do que possível agregar valor às marcas. E, sempre é bom reforçar: marcas com valor agregado ocupam um espaço diferente na mente das pessoas, dos consumidores. Na hora de uma decisão de compra, estão na frente da concorrência.  E isso, faz toda a diferença para empresas que desejam vender mais, ter mais lucro e crescer no mercado.

Empresas majoritariamente masculinas, com somente homens liderando, agências de comunicação sem a visão feminina no dia a dia, acredite, só por um milagre vão conseguir se posicionar adequadamente dentro deste cenário que estamos abordando no post de hoje. E ai, vamos trabalhar todos juntos?

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